The Economist critica Lula e vê governo como incoerente no exterior e impopular no Brasil
A revista britânica The Economist publicou no domingo (29) um artigo crítico ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, classificando-o como “incoerente no exterior” e “impopular em casa”. A publicação internacional analisou a condução da política externa brasileira e destacou a queda de popularidade do chefe do Executivo no cenário doméstico. Segundo a reportagem, o Brasil tem adotado posições que o afastam de outras democracias ocidentais, como ocorreu ao condenar os ataques promovidos por Israel e Estados Unidos contra o Irã em 22 de junho. A revista apontou que, ao contrário de outros países com perfil democrático, o governo brasileiro assumiu uma postura isolada no episódio. A análise destaca ainda a participação ativa do Brasil em um Brics ampliado, que hoje conta com forte influência de China e Rússia. Para a publicação, esse movimento contribui para a percepção de que o país estaria se tornando hostil ao Ocidente. A revista sugere que essa postura tem consequências na imagem de Lula diante da comunidade internacional. No plano interno, a Economist cita dados da pesquisa Genial/Quaest, que registrou uma desaprovação de 57% ao governo no início de junho — o maior índice desde o começo do atual mandato. A revista argumenta que a perda de apoio dentro do país também enfraquece a projeção internacional do presidente. Em resposta ao artigo, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, divulgou uma nota na terça-feira (1º), na qual afirma que o Brasil segue uma política externa soberana, equilibrada e baseada no diálogo. Segundo o chanceler, o país mantém seu compromisso com a cooperação internacional e com os princípios do multilateralismo.