Prefeito e ex-prefeito de Ibicuí são alvo de ação por abuso de poder político
O Ministério Público Eleitoral (MPE) da Bahia manifestou-se pela procedência de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra o ex-prefeito de Ibicuí, Marcos Galvão de Assis, o atual prefeito Salomão Cerqueira, e Valter Silva Morais. A denúncia, apresentada pela coligação “Ibicuí Pode Mais”, aponta uso da máquina administrativa e de canais oficiais de comunicação para promoção pessoal e favorecimento de candidaturas durante o período eleitoral de 2024. De acordo com o MPE, perfis oficiais da Prefeitura e secretarias municipais foram utilizados de forma recorrente para divulgar homenagens, notas pessoais e eventos públicos em associação aos perfis particulares dos investigados, prática considerada irregular pela legislação. A Meta Platforms, controladora do Instagram e Facebook, confirmou que publicações colaborativas permaneceram ativas entre 6 de julho e 6 de outubro de 2024, período vedado pela Justiça Eleitoral. Entre os exemplos citados, estão ações relacionadas ao São João de Ibicuí, em que conteúdos institucionais exibiam logomarcas pessoais e destacavam diretamente os agentes políticos. Para a promotora eleitoral Solange Anatólio do Espírito Santo, o uso reiterado da estrutura pública com viés promocional caracteriza abuso de poder político e fere o princípio da impessoalidade administrativa. Por outro lado, o MPE considerou improcedentes as acusações de uso de cores partidárias em bens públicos e de abuso de poder econômico, avaliando que não houve provas suficientes para sustentar essas alegações. O órgão recomendou a aplicação das sanções previstas em lei. O caso segue em análise pela 146ª Zona Eleitoral de Iguaí. Em decisão anterior, de julho de 2025, o prefeito Salomão Cerqueira (PSD), seu vice Doda Morais (PP) e o ex-prefeito Marcos Galvão já haviam sido declarados inelegíveis até 2032 por abuso de poder econômico e político.