Presidente da Câmara rejeita anistia total e critica Eduardo Bolsonaro
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (14) que não existe clima político para aprovar uma anistia ampla, geral e irrestrita aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. A declaração foi dada em entrevista à GloboNews. A proposta, defendida por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), chegou a mobilizar manifestações nos plenários da Câmara e do Senado na semana passada, mas enfrenta resistência por parte da chefia do Legislativo. Segundo Motta, não há ambiente na Casa para essa medida. O parlamentar, no entanto, admitiu a possibilidade de discutir um projeto que preveja a revisão de penas para participantes que não tiveram papel central nos ataques. A ideia é beneficiar condenados com sentenças consideradas altas, permitindo a progressão para regimes mais brandos. Dados do Supremo Tribunal Federal (STF) apontam que, dos mais de 1,4 mil presos pelos atos, 141 permanecem detidos e 44 cumprem prisão domiciliar. Motta disse que pretende retomar as discussões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros do STF, ressaltando que os eventos de 8 de janeiro foram graves e precisam ser lembrados para evitar repetições. Durante a entrevista, o presidente da Câmara também fez críticas ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde março, quando pediu licença do mandato. O prazo da licença já expirou, mas o parlamentar declarou que não retornará nem pretende renunciar. Para Motta, é inaceitável que um deputado defenda sanções contra o Brasil no exterior, o que, segundo ele, causa prejuízos à economia e a empresas brasileiras.
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