Policial militar é condenado a 15 anos de prisão por execução de jovem em Camacan
O soldado Reinaldo Elias Santos Aragão, da Polícia Militar da Bahia, foi condenado a 15 anos de prisão pelo Tribunal do Júri de Canavieiras, nesta quarta-feira (22), acusado de executar o jovem Carlos Henrique José dos Santos durante uma abordagem policial no município de Camacan, em junho de 2023. A decisão acolheu integralmente a denúncia do Ministério Público da Bahia (MPBA), que atribuiu ao réu o crime de homicídio qualificado, com as qualificadoras de meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. A acusação foi sustentada em plenário pelos promotores do Grupo de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (Geosp). De acordo com a denúncia, o policial realizou o primeiro disparo contra Carlos Henrique em uma área isolada, nas proximidades da 2ª Travessa São Francisco, após conduzir o jovem rendido e desarmado até o local. Em seguida, o segundo tiro foi efetuado próximo ao hospital, quando o militar retirou a vítima ferida da viatura e atirou novamente, simulando uma tentativa de socorro. O jovem chegou à unidade médica sem sinais vitais, com hemorragia interna grave causada pelos disparos. Inicialmente, o caso foi registrado como morte em confronto, mas denúncias de moradores e familiares levaram à reabertura da investigação. A apuração, conduzida pela Força Correicional Especial Integrada (Force), vinculada à Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), reuniu provas que confirmaram a execução sumária. O julgamento foi transferido de Camacan para Canavieiras após pedido do MP e decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), que acolheu o desaforamento para garantir a imparcialidade do júri popular. O MP também solicitou a prisão imediata do condenado, mas a Justiça deve avaliar o pedido após análise de eventual recurso da defesa. O réu ainda responde a outro processo na Vara de Auditoria Militar, acusado de fraude processual por supostamente forjar provas que sustentariam a versão de confronto.
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