- Foto: Blog Regional
- 06 // Set // 2025
- 10h02
Um trabalho investigativo realizado pela Polícia Civil da Bahia, por meio da Delegacia Territorial de Rio de Contas com apoio do Departamento de Inteligência Policial (DIP) de Salvador, revelou a atuação de uma rede de perfis falsos no Instagram responsável por disseminar fake news, calúnias e difamações contra autoridades e servidores do município. As apurações duraram cerca de quatro meses e resultaram no encaminhamento de um Termo Circunstanciado de Ocorrência ao Judiciário. De acordo com o relatório, os administradores criaram páginas sequenciais intituladas “O Rio Contense” (1.0, 2.0, 3.0 e 4.0), sempre que um perfil era denunciado ou suspenso. Com aparência de veículo jornalístico, as páginas publicavam conteúdos distorcidos e ofensivos, muitos deles alimentados com informações internas da administração municipal, o que reforçava a credibilidade das publicações.
As investigações apontam que os responsáveis utilizavam caixas de mensagens anônimas para simular relatos da população, mas, na prática, eram eles próprios que elaboravam e repercutiam as publicações. Além disso, recorriam a registros de boletins de ocorrência em outras cidades, alegando serem vítimas de perseguição ou ataques virtuais, numa tentativa de confundir a apuração. Entre os principais alvos das publicações falsas estiveram o prefeito Célio Evangelista da Silva, acusado sem provas de desvio de recursos, e a servidora Ângela Guedes, exposta com falsas denúncias de perseguição política. Profissionais da saúde municipal e servidores de setores como o CRAS também foram atacados, tendo suas reputações manchadas por conteúdos difamatórios.
A investigação foi conduzida pela delegada Izabel Ciuffo Sento-Sé Reis e contou com o apoio do investigador João Paulo Bitencourt Lima, que reuniu documentos, registros digitais, depoimentos e provas técnicas validadas por auditorias especializadas. Empresas de telefonia e a Meta, responsável pelo Instagram, também forneceram informações que ajudaram a confirmar a autoria dos perfis. O relatório destaca ainda o padrão de atuação dos administradores, que além de replicarem ataques com viés político, buscavam se colocar como vítimas de perseguição.
O caso foi encaminhado à Vara Criminal da Comarca de Livramento de Nossa Senhora e aguarda decisão judicial.